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sábado, 29 de setembro de 2018

Ciro Gomes diz que disputa a 'última eleição' e que 'não é mais possível' apoiar o PT

O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, após evento de campanha em São Paulo — Foto: Glauco Araújo/G1
O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, após evento de campanha em São Paulo — Foto: Glauco Araújo/G1

Em entrevista a rádio do RS, presidenciável do PDT também afirmou que PT virou 'organização odienta de poder' e chamou de 'fascista' eleitor que 'insiste em votar' em Bolsonaro.

O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, afirmou nesta sexta-feira (28) que, caso não vença a disputa pelo Palácio do Planalto, esta terá sido sua última eleição. Ex-prefeito de Fortaleza, ex-governador do Ceará e ex-deputado, Ciro Gomes está em sua terceira tentativa de chegar à Presidência.

Ele já havia concorrido ao Planalto nas eleições de 1998 e 2002, mas acabou derrotado pelos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, respectivamente.

"Vou disputar a minha última eleição. Por isso, vou ter que lutar como um obstinado até as 17h do dia 7 de outubro", declarou Ciro em entrevista à Rádio Guaíba, do Rio Grande do Sul.



Candidato do PDT, Ciro Gomes, fez campanha em São Paulo


Ciro suspendeu as agendas externas de campanha nos últimos dois dias em razão de um problema de saúde. Ele foi internado na última terça (25) no hospital Sírio-Libanês, em
 São Paulo, com sangramento na urina relacionado ao crescimento benigno da próstata, mas recebeu alta médica no dia seguinte após fazer uma cauterização. Nesta sexta, o pedetista 
foi a um consultório médico para retirar a sonda que foi colocada durante sua internação hospitalar.

Na entrevista à rádio, o pedetista também disse que, na visão dele, "não é mais possível" apoiar o PT, referindo-se a uma eventual aliança com o presidenciável petista, Fernando Haddad, em um segundo turno.

Nesta quinta (27), Haddad afirmou em entrevista coletiva no Rio Grande do Sul que tem "certeza" de que PT e PDT apoiarão um ao outro em um eventual segundo turno.

Pesquisa Ibope divulgada nesta quarta-feira (26) apontou o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, com 27% das intenções de voto, Haddad, com 21%, e Ciro, com 12%.

"Eles [PT] acusam que existiu um golpe em 2016 e estão juntos com Eunício Oliveira, no Ceará, e Renan Calheiros, em Alagoas. Não é mais possível andar com eles [petistas]", afirmou o presidenciável do PDT, ao ser questionado sobre se cogitava apoiar Haddad caso o petista consiga chegar ao segundo turno.

Após fazer várias críticas ao PT – seu antigo aliado –, Ciro afirmou na entrevista que a sigla de Lula e Haddad não é mais um partido. Para ele, o PT virou "uma organização odienta de poder".


Eleitor 'fascista'


Em meio à entrevista à emissora de rádio do Rio Grande do Sul, Ciro Gomes também desferiu críticas a Bolsonaro, candidato que lidera as pesquisas eleitorais. O pedetista disse que, na avaliação dele, seria muito importante que o brasileiro banisse ainda no primeiro turno a proposta extremista que o candidato do PSL representa para proteger o país.

Ciro classificou de "fascista" o eleitor que mesmo sabendo o que Bolsonaro representa insiste em votar no ex-capitão do Exército.

Segundo ele, esse eleitor "fascista" do presidenciável do PSL "não está preocupado com nada". O candidato do PDT afirmou que esse perfil de eleitor de Bolsonaro costuma ser "um garoto branco, rico e que tem muito ódio no coração", que representaria 15% do eleitorado do ex-capitão.

Temer 'ladrão'

Em outro trecho da entrevista, indagado pelos jornalistas sobre o que pensa do presidente Michel Temer, afirmou que o emedebista é "um ladrão faz muitos anos".

Ciro e Temer são desafetos políticos desde a década de 2000, quando o pedetista exerceu um mandato de deputado federal entre 2007 e 2010. No último biênio da legislatura que Ciro exerceu no parlamento, o atual presidente da República comandava a Câmara dos Deputados.


Mulheres nos ministérios

Na tarde desta sexta, Ciro Gomes participou de um encontro sobre políticas públicas para as mulheres, em São Paulo.

Ao conceder entrevista, o candidato afirmou que, se for eleito, nomeará mulheres para metade dos ministério.

"Eu tenho um programa de governo que é bastante claro. Eu acho que ele pode ser resumido em três grandes tendências. A primeira é o empoderamento político das mulheres, é preciso buscar paridade das mulheres na política. Elas são 52% da população. A participação delas na política está abaixo do que elas podem dar, de talento, de espírito público, de sensibilidade para os problemas brasileiros. Vou colocar metade dos meus ministros mulheres", afirmou o candidato.

Ainda na entrevista, Ciro Gomes afirmou ser necessário garantir o pagamento justo para homens e mulheres que cumprem a mesma jornada de trabalho. Falou, também, sobre políticas para a saúde das mulheres.

"O Brasil tem quase um milhão de mulheres que têm nódulos nos seios e não têm tido o direito de fazer a punção com a presteza necessária de saber de benigno ou maligno e isso é absolutamente selvagem", completou.

Fonte: G1

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