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segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Criança de 11 anos morre atropelada a caminho da igreja em Fortaleza


A mãe do menino Kaic Roniele de Sousa Gurgel, de 11 anos, que morreu após ser atropelado em Fortaleza neste domingo (23), denuncia que a motorista que dirigia o carro não parou o veículo. "Se ela tivesse parado na primeira pancada, meu filho só sentia dor", lamentou. O corpo da criança é velado na manhã desta segunda-feira (24), na Funerária Opção, no Bairro Centro. O sepultamento será no Jardim do Éden, em Pacatuba.

Ele estava de bicicleta indo com a mãe, Katiana Macena de Sousa Gurgel, a caminho da igreja quando foi atropelado por um veículo de luxo, um Land Hover. A motorista fugiu sem prestar socorro, segundo a polícia. O caso aconteceu pouco depois das 8h deste domingo, em um retorno na Avenida Godofredo Maciel, no Bairro Maraponga.

"Tinha um retorno, aí ela vinha e, no retorno, ela parou. Como a gente tava na ciclofaixa, eu pensei que ela tinha parado pra mim e pro meu filho. Aí (com) o carro parado, o Kaic passou, como de sempre, a gente sempre fazia aquele caminho. Ela foi e acelerou o carro. Quando ela bateu, eu desci, joguei a bicicleta, falei 'para!'. Ela arrancou, e quando ela voltou um pouquinho, pensei que ela tinha percebido que tinha batido nele", descreve a mãe.

A mãe lembra que, como era cedo, não tinha movimento no local.
“Quando ela arrancou, passou por cima dele. Aí quando tava debaixo do carro, o Kaic ficou todo encolhidinho, quando eu o vi pneu passando por cima da cabeça dele”, diz.

Testemunhas disseram que a bicicleta ficou presa ao veículo e foi arrastada com a criança por cerca de 200 metros. O menino ainda foi atendido por uma ambulância do Serviço Móvel de Urgência (Samu), mas não resistiu e morreu.

"Ela foi, eu fiquei gritando no chão. Eu fiquei abrindo o olhinho dele, 'abre, Kaic, abre', ele respirando com dificuldade. Eu sabia que, com aquela pancada e com o que eu estudei, não tinha mais jeito. Quando eu vi os médicos, balançado a cabeça", conta.

Katiana lamenta a morte do filho único. "O meu chão faltou. Meu único filho, meu amigo, não reclamava de nada. Eu dizia que ia embora, ele dizia que ia comigo. Como ela pensou que era um assalto? Se ela tivesse parado na primeira pancada, meu filho só ia sentir dor", questiona.

O tio do menino, Everardo Sousa Junior, pede justiça. "A gente espera que seja comprovado se foi ela mesma que tava conduzindo, se ela tava normal, se tava embriagada. E que alguém seja punido. Não existe essa de matar uma pessoa, quebrar uma bicicleta, arrastar a pessoa, e dizer que não viu. Ele vai deixar muita dor pra família dele, pros avós", diz.

Investigações

Ana Paula Rodrigues Muniz, de 31 anos, foi conduzida para o Instituto Médico Legal (IML) para ser submetida a exames de alcoolemia e corpo de delito. Depois, foi à delegacia acompanhada de familiares e advogados, prestou depoimento de quarenta minutos e em seguida foi liberada.

Segundo a polícia, como a motorista se apresentou logo após o atropelamento da criança, acaba não se caracterizando como um flagrante. Ela deve responder em liberdade por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Agora, as investigações continuam em busca, por exemplo, de imagens de câmeras de segurança.

O advogado da motorista Edson Nogueira disse que ela continuou dirigindo porque não percebeu o que tinha acontecido. “Não tinha como perceber, ela foi fazer a manobra, o retorno. Olha pro lado que vem carro. Não tinha como ela se livrar da criança”, rebateu.

Fonte: G1

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