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terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Violência em novembro deixou 395 assassinatos no Ceará. Dois PMs e 11 pessoas vítimas de uma chacina estão entre os mortos

Farias Brito
A violência armada deixou um rastro de dezenas de mortes por todo o Ceará em novembro

Pelo menos, 395 pessoas foram assassinadas no Ceará em novembro último, mês que registrou a maior chacina já ocorrida em Fortaleza, quando 11 pessoas – a maioria jovens e adolescentes – foram executadas sumariamente, a tiros, em três comunidades da Grande Messejana. Outras 12 morreram em um confronto com a Polícia, sendo cinco delas de uma só vez, no Município de Redenção (52Km da Capital). Dois PMs tombaram sem vida ao reagir em tentativas de assaltos; e 40 adolescentes foram assassinados em todo o estado. Um político também foi vítima de homicídio.

O mês de novembro “fechou”, ainda, com o registro de 11 casos de duplos homicídios, um quíntuplo assassinato (o caso de Redenção), além de, pelo menos, oito latrocínios (roubos seguidos de morte), tendo como uma das vítimas um estrangeiro (coreano). Também em novembro, 14 mulheres acabaram assassinadas no Ceará.

Somente no Interior do estado, foram registrados 136 homicídios. Destes, 28 na região do Vale do Jaguaribe. Na Capital, foram 194 homicídios, além de outros 65 nos Municípios que compõem a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).

Entre os casos de latrocínios, um deles teve como vítima um coreano, morto, a tiros, por bandidos , na tarde do último dia 4, quando ele deixava a agência do Bradesco, na cidade de Caucaia (na RMF), onde havia sacado cerca de R$ 160 mil. Taewhan Roh, 39 anos, que era funcionários de uma empresa coreana instalada no Porto do Pecém, em São Gonçalo do Amarante (55Km da Capital) foi atingido por um tiro no peito na hora do assalto. Dois homens suspeitos do crime acabaram presos e o dinheiro foi recuperado.

Policiais


No mês de novembro, subiu para 14 o número de policiais assassinados no Ceará neste ano. O primeiro caso ocorreu no dia 11, por volta de 21h33, na Lagoa Redonda, quando o soldado PM Valtemberg Chaves Serpa, 32, foi executado com um tiro na cabeça por dois bandidos que invadiram um campo de futebol e atacaram a esposa do militar.

Já no dia 14, a vítima foi o cabo PM José Marques Ferreira, que acabou mortalmente ferido, a tiros, ao reagir contra criminosos que assaltavam uma agência lotérica na Avenida Lineu Machado, no bairro João XXIII, também em Fortaleza.

Chacina

Onze pessoas foram mortas numa sequência de duplos e triplos homicídios, que se caracterizaram, juntos, como a maior chacina já ocorrida em Fortaleza. Os crimes ocorreram nos bairros Curió e Lagoa Redonda, e na comunidade Conjunto São Miguel.

O conflito, ainda em investigação, terminou na morte das seguintes pessoas: Antônio Álisson Inácio Cardoso, 17 anos; Marcelo da Silva Pereira, 18; Patrício João Pinho Leite, 16; Francisco Elenildo Pereira Chagas, 41; Jandson Alexandre de Sousa, 19; Valmir Ferreira da Conceição; Marcelo da Silva Mendes, 17; Pedro Alcântara Barroso do Nascimento, 18; Alef Sousa Cavalcante; Renaylson Girão da Silva e Jardel Lima dos Santos, 17 anos.

Mulheres

Entre as 14 mulheres assassinadas no Ceará em novembro último, dois casos ganharam repercussão e ambos foram passionais. No dia 3, a dona de casa Marcelina Santos Nunes, 47 anos, foi morta, a tiros, pelo ex-marido, o pastor evangélico Francisco Roberval Dias Moreira, na residência do casal, no Conjunto Ceará. Uma semana depois do crime, e já na condição de foragido da Polícia, Nunes suicidou-se no mar, disparando um tiro na cabeça. O corpo dele foi encontrado boiando na Praia do Pacheco, em Caucaia.

Já no último dia 21, a técnica em Enfermagem, Maria Elizângela Gomes Lemos foi morta a facadas e seu corpo ocultado em um freezer no apartamento onde a família morava, no bairro Parangaba. Três dias depois, o autor do crime, o marido de Elizângela, Francisco Roberto de Oliveira, matou o vice-prefeito do Município de Choró, Sidney Cavalcante (PT), por acreditar que ele estava tendo um caso com a mulher. Roberto suicidou-se.

Fonte: Blog do Jornalista Fernando Ribeiro.

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