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terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Caso do Subtenente: Subtenente tem seguro de vida que pagaria R$ 153 mil a esposa em caso de morte


Selo Subtenente
Diante de uma multidão que clamava por justiça, Cristiane Coelho e Francilewdo Bezerra chegaram a sua casa, no Bairro Dias Macedo, em Fortaleza, para a reconstituição do assassinato do filho Lewdo Bezerra, de 9 anos. Durante a manhã desta segunda-feira (22), os dois passaram por acareação, onde se reencontraram pela primeira vez desde o crime, cometido no dia 11 de novembro. À tarde, eles deram sua versão dos fatos no local do homicídio. Em meio às acusações de cada lado, uma novidade que pode ajudar a elucidar o caso foi revelada pela polícia.

O subtenente do Exército tem um seguro de vida que pagaria R$ 153 mil em caso de morte. E a beneficiada é a esposa. Além disso, o filho que morreu tinha um outro seguro, de valor não revelado. Dessa forma, o fato reforça a reviravolta nas investigações do delegado Wilder Brito, que está à frente do caso.

De vítima, a esposa do subtenente do Exército virou ainda mais a suspeita em potencial, reconhece o policial. O fato de que somente ela tomou tranquilizante, enquanto o marido e o filho ingeriram chumbinho (veneno para rato), já pesava contra si. Francilewdo resistiu ao envenenamento, após um mês internado na UTI do Hospital do Exército. Quando saiu do coma e foi possível se defender da versão de Cristiane, ele acrescentou a informação.

Por causa das acusações da esposa, amigos e familiares do subtenente tentaram acompanhar de perto tanto a acareação quanto a reconstituição do caso. Raquel Leitão, vizinha do casal, entende que Cristiane cometeu o crime por interesse no dinheiro. “Ela é fria, cruel e atroz. Tentou premeditadamente contra o marido e o filho“, acusou.

Cartazes, camisas padronizadas com a foto da criança e comentários sobre a índole da mulher do subtenente marcaram o momento de espera do casal. O irmão e o pai de Francilewdo estavam presentes no local. Cristiane, que desde o crime se mudou para o Recife com o filho mais novo, de 5 anos, foi a primeira a chegar. Permaneceu no carro, deitada no banco e com um terno cobrindo o rosto até a chegada da escolta da polícia.

Irmão de Francilewdo, Francélio Bezerra contou que toda a família está abatida depois do ocorrido. “Quando eu li aquilo [mensagem publicada no Facebook, em que o subtenente anunciaria a morte do filho, da mulher e seu suicídio], eu falei: ‘Não foi meu irmão’. A primeira pergunta que meu irmão fez quando acordou no hospital foi ‘como eu vim parar aqui?'”.

Marcílio Marcos, amigo de infância do subtenente, também desacredita na versão de Cristiane. “Lewdo era educado, fazia questão de falar com todo mundo. Era um cara calmo e nunca levantou a mão pra ninguém. Ele abdicava até de festa para cuidar da mulher e dos filhos”. O colega ainda afirma que Francilewdo jamais escreveria a mensagem postada no Facebook pelos erros de português. “Meu amigo era muito inteligente para escrever daquele jeito“.

Na manhã desta segunda-feira, após a acareação, pela primeira vez Francilewdo falou em público sobre o crime, e temeu pela vida do filho mais novo. “Não foi fácil ficar de frente com uma pessoa que te acusa de um crime que você não cometeu. Tenho sentimento de injustiça. Eu fui quase sentenciado à morte. Essa pessoa que eu não conheço mais. Não é mais a mesma pessoa com quem casei. Assim dissimulada e mentirosa”, declarou.

“Não foi fácil ficar de frente com uma pessoa que te acusa de um crime que você não cometeu. Essa pessoa que eu não conheço mais”. Francilewdo Bezerra.
Para o delegado responsável Wilder Brito, tanto a acareação quanto a reconstituição dos crimes foram peças fundamentais na resolução do caso. “A reconstituição foi muito boa e muito importante, mas ainda não foi feito o laudo”, comentou o delegado. Para ele, apesar da situação desconfortável, Francilewdo estava preparado. “Ele se saiu melhor do que a gente esperava. Já Cristiane estava confusa e se contradizendo“. Por enquanto, não há data certa para conclusão do inquérito.

Fonte: Tribuna do Ceará

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