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terça-feira, 29 de outubro de 2013

Seca deve ter trégua nos próximos meses, prevê Inmet


Há possibilidade de uma das secas mais rigorosas dos últimos 50 anos dar uma trégua nos próximos meses. A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é de chuvas ao longo de novembro, dezembro e janeiro. Segundo o diretor do instituto, Divino Moura, “as condições forçantes dos oceanos Pacífico e Atlântico estão levando a condições de mais normalidade”. A afirmação foi feita durante o Seminário sobre Secas, Impactos e Respostas, que começou ontem na Federação das Indústrias do Ceará (Fiec). Não foram divulgados dados detalhados sobre a previsão. Ainda não é possível prever a ocorrência de chuvas a partir de fevereiro. 

Segundo o secretário do Desenvolvimento Agrário (SDA), Nelson Martins, o momento é de “torcer e rezar muito” para as previsões do Inmet se concretizarem. Ele diz que, se chover regularmente, as cisternas instaladas no Interior começarão a fazer a diferença. Já foram implantadas 10.647 unidades em todo o Estado e, no último dia 15, foi dada ordem de serviço para a implantação de mais 19.380 cisternas.

A seca que agora mata rebanhos inteiros e faz milhares de pessoas sofrerem com a falta d’água não foi surpresa para pesquisadores nem para governos. “O monitoramento que vínhamos fazendo desde o ano passado mostra que essa seca foi prevista com vários meses de antecedência. Os dados estavam disponíveis nas páginas, na Internet, dos vários institutos de meteorologia”, diz o diretor do Inmet. Entretanto, Divino Moura evitou avaliar a postura dos governos (nacional, estadual e municipal) no uso dessas informações.

Na opinião do secretário Nelson Martins, se as ações governamentais não foram suficientes para aplacar os efeitos da seca, a culpa é dos trâmites legais. “Nossa legislação é muito cheia de burocracia. Nós temos que desemperrar essa burocracia. É preciso flexibilizar mais essa legislação”, analisa. Como exemplo, Martins aponta a delimitação geográfica do que se denomina como semiárido. Segundo ele, o Ceará possui 150 municípios reconhecidos como integrantes do semiárido, quando existiriam estudos que assinalam que 180 cidades deveriam estar nessa lista. O secretário não informou quais estudos apontam essa distorção.

Para o governador do Ceará em exercício, Domingos Filho, tratar a seca somente em tempos de emergência é um erro. Ele diz que o tratamento dos efeitos deve ser permanente. “Os efeitos da estiagem não podem ser tratados apenas no momento em que eles surgem. Ações emergenciais são importantes, agora o planejamento que esse seminário estimula é o que pode definir investimentos estruturantes para o enfrentamento dessas dificuldades”, pondera.

Fonte: O Povo Online

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