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quarta-feira, 29 de abril de 2020

"O que Moro falar é lei? Ele é quem tem que provar", diz Bolsonaro

Bolsonaro e Moro aparecem como investigados em inquérito no STF ...
(Divulgação)



O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que o agora ex-ministro da Justiça Sergio Moro é quem terá que provar as acusações feitas contra ele, durante conversa com apoiadores e repórteres, em frente ao Palácio da Alvorada, na noite de hoje.

O ex-juiz da operação Lava Jato acusou Bolsonaro de tentar interferir politicamente na PF (Polícia Federal) e ter acesso a investigações sigilosas do órgão. Ele ainda disse que não autorizou o uso de sua assinatura eletrônica que apareceu no decreto de exoneração do diretor-geral da PF, Maurício Valeixo. O presidente negou as acusações.

"Ele é quem tem que provar que eu interferi, e não eu quem tenho que provar que sou inocente. Agora, o que ele falar é lei? É verdade? Tentei negociar consenso com ele, mas Moro não aceitou. Ele não é dono do ministério, nenhum ministro é dono dos ministérios. Eu sempre cobrei relatórios de inteligência e ele sempre me negou isso. Não é justo um presidente viver nisso", disse, em tom alterado.

Repórteres, então, perguntaram se Bolsonaro acreditava na possibilidade de Moro ter provas contra ele. "Se eu acho? Eu tenho certeza que ele não tem como provar", reafirmou.


O ministro Celso de Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou ontem a abertura de um inquérito contra Jair Bolsonaro . O pedido foi feito pela PGR (Procuradoria-Geral da República) após declarações dadas na sexta-feira (24) por Sergio Moro, quando anunciou sua demissão do cargo.

O objetivo do inquérito é apurar se foram cometidos pelo presidente os crimes de falsidade ideológica, coação no curso do processo, advocacia administrativa, prevaricação, obstrução de justiça, corrupção passiva privilegiada, denunciação caluniosa e crime contra a honra. O decano do STF determinou que a investigação seja conduzida pelos próximos 60 dias.

Questionado, Bolsonaro afirmou inicialmente que não achava a ação um exagero. "Não acho exagero... Não acho nada. Ele [Celso de Mello] que faça a parte dele e nós fazemos a nossa, por meio da AGU [Advocacia-Geral da União]", respondeu.

*UOL

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