Um lote de feijão de corda da marca Fibra, comercializado no Ceará, será incinerado após laudo do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) confirmar a presença de quantidade não recomendável de chumbo para consumo humano. O fato foi descoberto em julho de 2018, após verificação rotineira da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), que fez a coleta do produto para análise laboratorial. O processo de incineração ainda não tem data para ocorrer, mas deve ser realizado após publicação no Diário Oficial do Estado (DOE).
O lote, de número 1117, foi recolhido após resultado dos exames ser divulgado no último dia 2 de agosto. A empresa responsável pela fabricação, a Fibra Comércio e Indústria de Alimentos e Transportes Eireli, foi multada em R$ 12 mil. Conforme a Sesa, o pagamento foi feito em fevereiro deste ano.
O montante inicial cobrado era de R$ 30 mil, mas, de acordo com Haroldo Benevides, advogado da empresa, diminuiu devido à apresentação de um reteste negativo para chumbo no feijão. No entanto, a Sesa desconhece a informação e afirma que nos autos do processo consta que a multa diminui porque a empresa era ré primária.
“Fizemos um teste no mesmo laboratório 15 dias depois e não foi encontrado nada irregular. Nós recolhemos o produto em respeito à decisão da secretaria. Isso já faz muito tempo. O produto não é mais comercializado, e a empresa não teve nenhum tipo de embargo. Isso do chumbo positivo pode ter sido decorrente até do fertilizante usado na lavoura. Nós apenas empacotamos e distribuímos o produto”, afirma o advogado.
Por meio de nota, a Sesa frisou que a análise do feijão é um “controle sanitário de alimentos”, que faz parte do cronograma anual da secretaria. Atualmente, o processo está em fase de preparação para a incineração do lote. No começo de abril, documentos começaram a ser enviados às Coordenadorias Regionais de Saúde (CRES) explicando a situação e informando as unidades sobre o caso para o procedimento de descarte, que só poderá ser iniciado após a publicação da decisão final no Diário Oficial do Estado (DOE).
Além das CRES, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foram notificadas na época.
Impacto do chumbo para a saúde
Assim como o feijão, que acabou sendo contaminado, outros alimentos consumidos diariamente podem conter metais pesados como o chumbo. De acordo com Fernando Guanabara, médico e nutrólogo, a única garantia de que os produtos que ingerimos sejam puros é se forem 100% orgânicos. “Metais pesados causam sérios danos a nossa saúde. A médio e longo prazo, eles vão liberar radicais livres, que enfraquecem nosso sistema imunológico podendo causar câncer, infarto, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e doenças neurodegenerativas”, pondera o especialista.
Como se proteger
O nutrólogo atenta para a constante prática de exercícios físicos como forma de eliminar as toxinas adquiridas pelo consumo de alimentos com metais pesados: “O suor ajuda na eliminação desses tóxicos”. Outra alternativa é também consumir alimentos antioxidantes como frutas cítricas, frutas vermelhas, mamão e abacaxi.
*G1
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