A segunda delação de Palocci foi firmada porque os fatos narrados pelo ex-ministros envolvem políticos que gozam do foro privilegiado, e que, portanto, seus processos precisam tramitar no Supremo – o que inclui a autorização para a efetivação de acordos de colaboração premiada. O segundo acordo foi firmado com a Polícia Federal de Brasília.
Nos bastidores, os depoimentos do ex-ministro – ao todo 23, segundo a TV Globo – são apontados como preocupantes para empresas do setor financeiro nacional. O ministro Fachin já determinou a abertura de novos inquéritos com base nas falas de Palocci.
A colaboração permitiu que Palocci obtivesse do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), na última quarta-feira (28), uma redução de pena de 12 anos e 2 meses para 9 anos e 10 dias e o direito de cumpri-la em regime semiaberto domiciliar.
Silêncio, por favor
Ontem, a defesa do ex-presidente Lula pediu à Justiça Federal em Brasília o cancelamento dos depoimentos de Palocci e de Nelson Jobim, ex-ministro da Defesa, no processo que trata da compra de caças suecos por parte do governo brasileiro, parte da Operação Zelotes, na qual o líder petista é acusado de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Os depoimentos dos dois ex-ministros estavam agendados para 21 de novembro, mas foram suspensos para que as defesas se manifestassem. Foi quando os advogados de Lula pediram ao juiz Vallisney de Oliveira que não ouvisse a Jobim e Palocci. Segundo a defesa do petista, as falas podem produzir fatos novos e fora do objeto do processo.
Fonte: InfoMoney
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