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terça-feira, 3 de abril de 2018

Terremoto na Bolívia tem reflexo no Brasil em cinco estados e no DF


Moradores de cinco estados brasileiros e do Distrito Federal sentiram, nesta segunda-feira (2), os reflexos de um terremoto na Bolívia.

A imagem do lustre balançando foi feita pelo último funcionário a abandonar um escritório em São Paulo.

Em um hospital de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, quem visitava pacientes ou trabalhava nos andares mais altos teve que deixar o prédio. “Deu o episódio uma vez, uns segundos depois, dez, 15 segundos, novamente repetiu. Aí começou a dar uns estalos”, contou Rodrigo Marcondes, gerente de comunicação do hospital.

Em Belo Horizonte, segundo a síndica de um edifício residencial, a vibração rachou a caixa d’água. No Triângulo Mineiro, funcionários do centro comercial de Araxá saíram às pressas do local.

Pelo menos seis cidades paranaenses sentiram os efeitos do abalo sísmico. Na porta do fórum de Maringá, servidores contavam que o prédio balançou bastante. “Eu estou no terceiro andar, então, nós sentimos bem. No terceiro andar foi o balanço mais intenso”, disse o promotor Antônio Euris Boton Júnior.

Em Itajaí, no litoral de Santa Catarina, técnicos da Defesa Civil foram chamados para avaliar possíveis avarias em edifícios.

A terra também tremeu na capital federal. Prédios comerciais e da Esplanada dos Ministérios foram esvaziados. “Tem uma pilastra em frente à minha mesa e eu senti ela balançar bastante e a minha cabeça também, senti vertigem. Então foi bem forte”, contou a analista de negócios Bruna Braúna.

Em Marília, no centro-oeste paulista, houve correria na prefeitura da cidade. “A hora que eu levantei, o chão estava balançando de um lado para o outro”, contou a auxiliar de escrita Vanessa de Moura.

Em São Paulo, a região onde os reflexos do abalo foram sentidos com mais intensidade foi a da Avenida Paulista, densamente povoada, cheia de edifícios altos e também o ponto mais alto da região central da cidade.

Os ocupantes de vários edifícios comerciais foram parar nas calçadas por iniciativa das brigadas de segurança internas ou orientação da Defesa Civil.

A contadora Elisângela Maximiano, que está grávida, desceu dez lances de escada ao perceber que tinha algo estranho: “A gente começou a reparar que a persiana começou a bater na parede e a gente reparou que o prédio realmente estava tremendo”.

Um edifício só foi liberado três horas depois do tremor. Dona Ednólia ainda estava assustada com o viu no 11º andar. “As portas corta-fogo começaram a fechar, bater e o alarme a gritar. Achei que era fogo mesmo que estava pegando no prédio. Depois, embaixo, falaram que teve esse terremoto na Bolívia e que deu essa abalada aqui”.

O tremor sentido no Brasil teve origem em Carandaytí, no Sul da Bolívia, e alcançou 6.8 de magnitude. Segundo especialistas, o abalo foi provocado por uma ruptura entre rochas do Oceano Pacífico e da América do Sul.

“Isso aqui são grandes blocos de rocha que vão se esfregando uns nos outros e alguma hora acontece uma ruptura. E isso a gente chama de tremor de terra. Isso vai gerar ondas sísmicas, que se propagam em todas as direções, inclusive na direção do Brasil”, explica o sismólogo da USP Bruno Collaço.

No meio da tarde, ainda muitos ainda relutavam em voltar ao trabalho. “O brasileiro não está acostumado com isso, então a gente acaba ficando com medo, a gente não sabe o que está acontecendo”, afirmou o analista Anuar Atuy Júnior.

G1

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