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terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Mais de mil alunos ficam sem aula em Fortaleza devido à guerra de facções criminosas


O número de assassinatos no Ceará aumentou 30% na comparação de janeiro de 2018 com 2017. Nos últimos dias, duas chacinas e fugas de presídios deixaram a população assustada — tudo isso em decorrência à guerra de facções criminosas, como já noticiou o Ceará News 7. Em Fortaleza, mais de mil alunos ficaram sem aula nesta terça-feira (30). A notícia foi veiculada no Jornal Nacional de hoje.

A escola municipal 2 de setembro, na Barra do Ceará, foi invadida, depredada e pichada com inscrições do Comando Vermelho (CV). Os professores, com medo, suspenderam as aulas. “Alguns professores chegaram a ver a cena e não tiveram condições emocionais de jeito nenhum de continuar dentro da escola. O sentimento é impotência, você não pode fazer nada”, conta uma pessoa que não quis se identificar.

Insegurança também dos pais e alunos.”Os nossos filhos estudam aqui com medo e, realmente, pelo o que tá acontecendo, a gente tem que prevenir”, diz a dona de casa Silvana Brum.

GDE x CV

Medo também entre os vizinhos do clube de forró que foi palco da maior chacina do Ceará, com 14 mortos — integrantes dos Guardiões do Estado (GDE) mataram membros do CV. Parte do comércio ainda não abriu, casas foram colocadas à venda e pouca gente circula pelas ruas.

“A gente tem medo deles virem armados, meter bala na população sem tem nada a ver com as coisas”, disse um morador que não quis se identificar.

Só neste fim de semana, 45 pessoas morreram assassinadas no Ceará. Na noite dessa segunda-feira (29), um protesto por mais segurança bloqueou os dois sentidos da BR-116, no bairro Cajazeiras, onde aconteceu a chacina. As investigações, agora, se concentram no depoimento dos suspeitos. Cinco foram presos nesta segunda-feira e um no fim de semana.

“Os indivíduos se autodenominam integrantes de uma facção em que há suspeita de ter participação na chacina”, relata o chefe da divisão de Homicídios, Leonardo Barreto.

Entenda

A perícia nas armas apreendidas com eles pode determinar se elas foram usadas na matança. Além da violência nas ruas, o estado enfrenta também uma crise no sistema penitenciário. Nessa segunda-feira (29), 23 presos fugiram de três cadeias públicas. E no norte do estado, na prisão de Itapajé, um confronto de grupos rivais terminou em massacre – dez presos executados.

A cadeia estava com 83 presos. Mais que o dobro da capacidade que era de 40. Depois da rebelião, 44 foram transferidos.

Um relatório do Conselho Nacional de Justiça de dezembro de 2017 já alertava para superlotação e a situação péssima da cadeia.

Problema


Mesmo com detector de metal, a polícia encontrou duas armas de fogo com os presos. Na Secretaria de Justiça, responsável pelo sistema penitenciário, ninguém quis gravar entrevista. O delegado da cidade onde fica a cadeia pública falou sobre a precariedade da segurança.

“Tem que deixar claro que a nossa cadeia só tem um agente penitenciário de dia, todos os dias, para cuidar de cerca de quase 90 presos”, afirmou o delegado de Itapajé, André Firmino

A Secretaria de Justiça do Ceará declarou que está investigando como as armas entraram na cadeia, já que o equipamento de raio-x está funcionado, e que está buscando ampliar o número de vagas nos presídios. Até abril, deve concluir um concurso para mil agentes penitenciários.

Assista à matéria na íntegra aqui.

Com informações da TV Globo
Via Ceará News7

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