Executivos da empreiteira Odebrecht começaram nesta quarta-feira (23) os procedimentos para assinar os acordos de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF) no âmbito da Operação Lava Jato. Advogados da Odebrecht e procuradores fecharam os termos do acordo. A TV Globo apurou que, nessa fase, quase 80 executivos e ex-executivos da empresa devem assinar, individualmente, os acordos.
Está tudo pronto, mas falta um ponto: quanto da multa estimada em US$ 2,5 bilhões a ser paga pela empresa ficará no Brasil e quanto vai para os Estados Unidos, já que parte dos crimes foi cometida em obras lá fora. Este ponto tem que ser resolvido para que, além dos executivos, a empresa também assine o acordo.
Na noite desta quarta, a Odebrecht divulgou a seguinte nota:
"A Odebrecht não se manifesta sobre eventual negociação com a Justiça. Mas reforça seu compromisso com uma atuação ética, íntegra e transparente, expresso por meio das medidas concretas já adotadas para reforçar e ampliar o programa de conformidade nas empresas do grupo, entre as quais se destacam: a criação cargo de Responsável por Conformidade ou CCO (Chief Compliance Officer) e do Comitê de Conformidade, ligados ao Conselho de Administração para garantir total independência; a adesão a pactos de ética empresarial de entidades como ONU e Instituto Ethos; e, entre outros pontos, o compromisso de combater e não tolerar a corrupção."
Após a assinatura dos acordos, os executivos passarão a prestar depoimentos ao MPF para confirmar as informações e os documentos que foram repassados nos termos de confidencialidade – espécie de pré-delação que antecede a assinatura do acordo de delação premiada.
Por envolverem dezenas de executivos, os depoimentos devem levar mais de um mês, uma vez que cada um deve ser ouvido individualmente.
A previsão é que os acordos só sejam enviados para homologação do Supremo Tribunal Federal (STF) no ano que vem.
A delação da Odebrecht é tida, no meio político, como a de maior potencial para provocar enorme impacto nas investigações.
Isso porque os executivos citaram mais de 200 nomes de políticos de diversos partidos.
Dentre os nomes citados estão o de políticos que concorreram à Presidência da República, governadores, senadores e deputados, além de politicos locais, com força em sua região.
Fonte: G1
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