Conclusão se deu após exames em bebê nascido no Ceará. Análises foram feitas pelo Instituto Evandro Chagas, do Ministério da Saúde, com sede no Pará.
O Ministério da Saúde ontem que há relação entre o surto de microcefalia no Nordeste e o Zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.
A constatação tem como base o resultado de exames realizados em um bebê nascido no Ceará pelo Instituto Evandro Chagas, órgão do Ministério em Belém (PA). De acordo com o Governo, em amostras de sangue e tecidos do bebê, que nasceu com microcefalia e outras malformações congênitas, foi identificada a presença do vírus.
“A partir desse achado do bebê que veio à óbito, o Ministério da Saúde considera confirmada a relação entre o vírus e a ocorrência de microcefalia”, diz a Saúde em nota. “Essa é uma situação inédita na pesquisa científica mundial.”
O Governo diz também que a análise inicial indica que o risco para a gestante está associado aos primeiros três meses de gravidez. Destaca, no entanto, que ainda são necessárias investigações para confirmar o período de maior vulnerabilidade para a grávida e esclarecer outras questões, como a transmissão do vírus, sua atuação no organismo e a infecção do feto.
Mortes por Zika
O Instituto Evandro Chagas também informou ao Ministério nesta sexta-feira (27) dois casos de mortes relacionadas ao vírus.
O primeiro caso foi de um homem com histórico de lúpus e de uso crônico de medicamentos corticoides, morador de São Luís (MA). O segundo caso, de uma menina de 16 anos de Benevides (PA), que morreu no final de outubro.
“As análises indicam que esse agente pode ter contribuído para agravamento dos casos e óbitos. Esta é a primeira ligação de morte relacionada ao vírus zika no mundo, o que demostra uma semelhança com a dengue”, diz o ministério.
“O Ministério da Saúde mantém as investigações sobre a ocorrência de microcefalia em bebês, assim como a avaliação de casos graves em adultos, a manifestação clínica e a disseminação da doença”. O órgão também informa que contará com reforço estrangeiro nas análises. Representantes do Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês) passarão a compor as equipes nesta semana. O CDC é referência para a Organização Mundial de Saúde (OMS) em doenças transmissíveis. (das agências)
Saiba mais
O Zika foi identificado no País em maio, no Nordeste, após a ocorrência de uma “doença misteriosa” cujo principal sintoma eram manchas vermelhas no corpo e coceira. Até então, a doença era considerada uma infecção mais branda e menos prolongada que a dengue.
A partir das novas informações, o ministério diz que o protocolo inicial para o atendimento de possível agravamento da Zika será o mesmo utilizado para situações mais graves de dengue.
Estão em situação de risco de surto de dengue, chikungunya e zika 199 municípios brasileiros. Outras 665 cidades estão em situação de alerta.
A presidente Dilma determinou a convocação de grupo de 17 ministérios para fazer um plano de combate ao mosquito.
Fonte: OPOVO Online