Alberto Youssef desmaiou na cela da Polícia Federal em Curitiba no sábado e foi levado para o hospital. A Polícia Federal informou que ele sofreu forte queda da pressão arterial, "causada por uso de medicação no tratamento de doença cardíaca crônica" e que era a terceira vez que ele necessitava de atendimento médico de urgência desde a prisão, em março passado. O Hospital Santa Cruz informou que ele chegou "consciente, lúcido e orientado". O doleiro teria se queixado de dor torácica e, segundo o hospital, o quadro era de angina instável.
Youssef relatou aos médicos, ao chegar no hospital, ter perdido os sentidos ao descer do beliche onde estava deitado na cela. Ele teria sentido tonturas e a visão ficou turva. Os médicos suspenderam um dos medicamentos que ele toma regularmente e adotaram procedimento padrão quando as queixas são associadas a possíveis problemas cardíacos, como fazer ecocardiograma, radiografia de tórax e exames laboratoriais. Foi indicada apenas hidratação, com soro, e os médicos suspenderam o uso do Captopril, medicamento usado para hipertensão que, dependendo da dosagem, pode causar hipotensão, que é queda da pressão arterial.
No fim da tarde de sábado, o hospital divulgou um segundo boletim médico afirmando que não houve mudança no quadro clínico do paciente e que não havia previsão de que a alta fosse antecipada. De acordo com a nota, assinada pelo cardiologista Rubens Darwich, os exames laboratoriais estavam dentro da normalidade e exames complementares estavam sendo feitos.
A internação do doleiro deu origem a uma onda de boatos nas redes sociais e por mensagens no WhatsApp neste domingo, durante o período de votação. Mensagens diziam que ele havia sido envenenado e morto como "queima de arquivo" pelo PT, pois pode apresentar provas de quem recebeu dinheiro da Petrobras. Os boatos acirraram ainda mais os ânimos entre eleitores do PT e do PSDB.
Embora Costa tenha denunciado a existência de um esquema de distribuição de propinas para PT, PMDB e PP, com verba de obras superfaturadas da estatal, é Youssef quem detém as informações mais preciosas: para quem e quando foram entregues as remessas. Como operador do esquema e sucessor do deputado federal José Janene (PP), morto em 2010, era Youssef quem arrecadava o dinheiro das empresas e distribuía entre os políticos beneficiários. Na maior parte dos casos, eles recebiam em dinheiro vivo e era o doleiro quem entregava ou mandava entregar. É dele que se esperam as provas concretas de quem recebeu dinheiro - e seus intermediários.
* Com informações da Agência O Globo
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