Dilma Rousseff justificou a insistência para ter acesso à delação premiada pela necessidade de investigar as denúncias de corrupção no seu governo. “Eu não tomo decisão baseada no disse-que-me-disse. Tomo baseada no que sou a favor, na investigação absoluta”, afirmou a presidente.
“Não é possível que a revista Veja saiba e o governo não saiba quem está envolvido. Pedi para a Polícia Federal, mas ela disse que não podia entregar porque a investigação está em curso. Daí, pedi para o Ministério Público Federal, mas agora pedirei para o juiz, nesse caso o ministro Teori Zavascki (relator do processo no Supremo Tribunal Federal)”, explicou Dilma.
“O câncer dos processos de corrupção é que a gente investiga, investiga, investiga e ainda continua impune. Quero deixar bem claro que tenho imenso compromisso contra a impunidade porque o culpado do crime de corrupção, lavagem de dinheiro e crime financeiro é a impunidade”, lamentou.
Desde 29 de agosto, o ex-diretor da Petrobras delata nomes de envolvidos no esquemas que teria movimentado bilhões de reais. Segundo o Jornal Nacional, da tevê Globo, Paulo Roberto teria confessado ter recebido propina de R$ 1,5 milhão pela venda da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA).
Petrobras e CPI mista voltam a pedir acesso à delação de Costa
A Petrobras e a CPI mista que investiga a estatal no Congresso voltaram a solicitar acesso aos depoimentos do ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa em acordo de delação premiada celebrado pelo Ministério Público Federal (MPF). Os pedidos foram feitos por meio de ofícios enviados à 13ª Vara Criminal da Justiça Federal do Paraná.
A Petrobras alega que busca conhecer exclusivamente trechos que mencionam funcionários ou ex-funcionários da estatal e empresas com quem mantinha ou mantém relações comerciais. O objetivo, segundo a Petrobras, é apurar eventuais irregularidades.
O presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), menciona despacho do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), confirmando que já repassou à CPI as cópias da documentação da operação Lava-Jato.
No dia 10 de setembro o STF encaminhou à comissão cópias dos autos da investigação que tramitam no STF. Mas o conteúdo da delação premiada não foi compartilhado. É a segunda vez em seis dias que o presidente da CPI tenta obter a documentação da Lava-Jato.
Nesta quinta-feira, o juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações penais resultantes da Lava-Jato, fez referência em uma decisão a pagamento de propina para o ex-diretor da estatal e a políticos, realizado pelo doleiro Alberto Youssef, pivô da investigação.
"Relativamente a Alberto Youssef, as medidas investigatórias, em cognição sumária, revelaram seu suposto envolvimento, na condição de líder, de grupo criminoso dedicado à lavagem de dinheiro e a pagamento de vantagens indevidas a ex-diretor da Petrobras, sem contar pagamentos a dois parlamentares federais", destacou o magistrado no despacho em que respondeu às solicitações das defesas dos réus.
A delação de Costa também mencionaria esquema de corrupção e peculato com pagamento de propinas a políticos com o dinheiro de contratos da Petrobras.
* Com informações do Correio Braziliense e do Valor Econômico
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