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sábado, 29 de março de 2014

“Minha candidatura ao Governo é irreversível”, avisa Eunício a Cid


O rompimento do governador Cid Gomes com o PMDB do senador Eunício Oliveira é hoje uma realidade incontestável da política cearense. Na conversa que Cid e Eunício tiveram de mais de duas horas na tarde de ontem no Palácio Abolição, o governador quis saber do seu ainda aliado, senador Eunício,” sua candidatura ao Governo do Ceará tem volta?”.

Eunício após fazer uma longa explanação sobre toda a sua lealdade a Cid nos últimos sete anos, disse: “ é desejo do meu partido, PMDB, ter um candidato a governador nas eleições deste ano. Sempre fui leal, e é hora de reciprocidade, Governador Cid. Não há motivos que impeçam o senhor de me apoiar. Mas, se esse apoio não puder ser dado, minha candidatura ao Governo é irreversível”.

Cid Gomes não demonstrou surpresa com a revelação de Eunício. O senador do PMDB deu um prazo até o dia 30 de abril para definir o cenário eleitoral no Ceará. Cid retrucou: “meu prazo é mais curto, acaba no dia 5 de abril. Até essa data tenho que decidir se fico no Governo ou se saio e Ciro é candidato ao Senado”.

Mesmo com Cid e Eunício se recusando a contar detalhes da conversa que tiveram, é possível afirmar categoricamente que o Governador comunicou ao senador peemedebista que deixará o cargo no próximo sábado para que seu irmão Ciro Gomes concorra a senador.

E se Ciro vem negando sua candidatura publicamente, isso decorre da necessidade dele dar tempo a Cid para negociar com os partidos da base aliada, o PCdoB do senador Inácio Arruda, o PT do deputado federal José Guimarães e o próprio PMDB de Eunício. Ciro Gomes disputará o Senado e o candidato ao Governo de Cid não será Eunício Oliveira. Esse é o resultado do encontro de ontem no Abolição.

Outra conclusão da reunião no Abolição: o vice-governador Domingos Filho não tem o apoio do governador Cid para assumir o Governo do Ceará pelos próximos nove meses. Mesmo assumindo o compromisso de não disputar à reeleição, Cid exige que Domingos renuncie ao cargo e dispute um mandato de deputado estadual. Domingos resiste a ideia de renunciar. O nome que o governador Cid escolheu para assumir o comando do Estado pelos próximos 90 dias é do presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Gerardo Brígido. Ao final desse prazo, na eleição indireta da Assembleia Legislativa sai na frente para assumir o Governo do Ceará o chefe de gabinete Danilo Serpa.


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