Ao menos quatro pessoas --três civis e um militar-- ficaram feridas e nove foram detidas durante os protestos desta segunda-feira (22), dia da chegada do papa Francisco no Brasil. Após a recepção do pontífice,manifestantes entram em confronto com a polícia nas imediações do Palácio Guanabara, sede do governo fluminense.
Um dos feridos é um policial militar que sofreu graves queimaduras no tórax ao ser atingido por coquetel molotov.
Além do agente, o manifestante Leonardo Caruso foi ferido na perna por um disparo. O estudante de medicina que o atendeu, Felipe Camisão, 24, diz que foi empregada uma bala de verdade no lugar de uma de borracha. Procurada pela reportagem, a Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro negou que a munição tenha sido de arma de fogo. O jovem está sendo atendido no hospital Souza Aguiar, no centro do Rio.
Uma mulher que sofreu luxação na mão --após ser atingida por um cassetete-- também foi encaminhada ao mesmo local.
Dentre os detidos, há um menor de idade. Dois detidos, ligados ao grupo de mídia alternativa Ninja, que cobre os protestos pelas redes sociais, já foram liberados e outros sete devem ser soltos em breve: apenas uma pessoa permanecerá na delegacia, presa por porte de explosivo. Ao menos cinco detidos foram encaminhados à 9ª Delegacia de Polícia, no Catete: um por desacato, três por posse de coquetéis molotov e um por atirar pedras em policiais.
O conflito começou por volta das 19h45, logo após o papa Francisco deixar o local, onde realizou seu primeiro discurso. A presidente Dilma Rousseff, o governador do Estado, Sérgio Cabral (PMDB), e do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB) --três das autoridades que deram boas-vindas ao papa Francisco-- ainda estavam dentro do Guanabara.
Às 20h30, a polícia já havia dispersado os manifestantes e aproximadamente cem policiais permaneceram no local para realizar a segurança de quem estava na sede do governo. Em seguida, um grupo teria começado a lançar latinhas nos policiais, que, para dispersar cerca de 500 manifestantes, reagiu com bombas de efeito moral.
SEM CONFRONTO
Antes do tumulto, por volta das 19h, cerca de 20 integrantes do grupo "black blocs" colocaram fogo em um boneco que representava o governador do Estado, Sérgio Cabral (PMDB). Os "black blocs" adotam a tática de usar roupas pretas e cobrir o rosto para dificultar sua identificação. A polícia investiga os manifestantes e, também, pede que as pessoas não andem mascaradas.
Um grupo de mulheres também protestou no Largo Machado durante a tarde em favor do direito das mulheres. Cerca de oito garotas usavam cartazes e três casais de mulheres se beijaram para pedir um "Estado mais laico". "Somos a favor do Estado laico. Nós somos livres e, portanto, fizemos essa intervenção", disse a atriz Thaísa Machado.
FONTE: A Folha
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