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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
Brasil anuncia produção de insulina humana em escala industrial
A partir deste ano, o Brasil vai passar a produzir insulina, medicamento usado no tratamento de diabetes, por meio do Laboratório Biomanguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A medida faz parte de um acordo firmado entre o governo e o laboratório ucraniano Indar, um dos três produtores de insulina no mundo, que vai tranferir a tecnologia para a produção nacional do medicamento. O anúncio da parceria foi realizado nesta quarta-feira (23) pelo Ministério da Saúde.
A previsão é de que, em três anos, o Brasil passe a fabricar a droga em escala industrial. De acordo com o cronograma oficial, a fábrica de produção dos cristais (princípio ativo do medicamento) estará estruturada em 2014. No ano seguinte, serão feitos testes, qualificações e ajustes técnicos para a validação das instalações produtivas. Em 2016, será concluída a transferência de tecnologia pelo laboratório da Ucrânia à Fiocruz, para o início da produção em escala industrial, e em 2017, o país estará preparado para a fabricação em grande escala.
“Nosso esforço é para que os pacientes tenham a segurança de receber um medicamento de alta qualidade, produzido aqui no país”, afirma o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em comunicado. “Além disso, queremos reduzir a vulnerabilidade do país no mercado internacional de medicamentos, incentivar a produção nacional de ciência e tecnologia e fortalecer a indústria farmacêutica brasileira."
“Calcula-se que a parceira entre a Fiocruz e o laboratório Indar resulte em uma economia de R$ 800 milhões para o governo brasileiro (considerando também a redução no preço dos insumos)”, afirmou o comunicado do ministério. O governo comprou um estoque de 3,5 milhões de frascos de insulina para 2013. O volume será entregue em abril e poderá chegar a 10 milhões de frascos até dezembro deste ano, caso haja necessidade.
Diabetes no Brasil
Estudos mostram que 7,6 milhões de brasileiros têm diabetes. Destes, cerca de 900 mil dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde para a obtenção de insulina. Dados do governo apontam ainda o alto índice de mortes causadas pela doença: cerca de 50 mil todos os anos. A doença mata quatro vezes mais do que a aids e supera o número de vítimas do trânsito no país.
Em 2010, 54 mil brasileiros morreram em decorrência de diabetes, enquanto 12 mil tiveram mortes relacionadas ao vírus HIV e 42 mil, a acidentes de trânsito. O número seria ainda maior se considerado que a doença age como fator de risco para várias outros males, como câncer e doenças cardiovasculares, por exemplo. Em 2010, 68,5 mil mortes estavam associadas ao diabetes – o que totaliza 123 mil mortes diretas ou indiretamente.
Em fevereiro de 2011, medicamentos para o tratamento de diabetes passaram a ser ofertados de graça dentro do Programa Saúde Não Tem Preço. O último balanço do governo indica que, desde o início da gratuidade, 4,1 milhões de pessoas receberam os remédios. O número de atendimentos passou de 306 mil, em janeiro de 2011, para 1,4 milhão, em outubro do ano passado, – um aumento de 370%.
EK
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