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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Estudos citam riscos do consumo excessivo de vitaminas

Algumas vitaminas fortalecem. Outras melhoram a visão, dão brilho aos cabelos e firmeza às unhas. Agora, porém, estudos indicam que as vitaminas também podem acelerar um câncer de próstata, e reduzir a expectativa de vida de outras maneiras. Duas pesquisas independentes publicadas esta semana, servem como um alerta sobre os riscos do consumo desenfreado de suplementos.
No primeiro estudo, pesquisadores financiados pelo Instituto Nacional da Saúde queriam descobrir se a vitamina E pode diminuir o risco de câncer de próstata. Para surpresa do grupo, o estudo concluiu que a vitamina parece fazer exatamente o oposto.
Os resultados, publicados no Journal of the American Medical Association, são parte da conclusão de um grande estudo sobre a prevenção do câncer. Como parte da pesquisa, Eric Klein, da Cleveland Clinic, e seus colegas, examinaram os efeitos de tomar suplementos de vitaminas. Os resultados indicaram um aumento de 17% no índice de câncer de próstata para os homens que tomaram a vitamina, em comparação com aqueles que tomaram um placebo. O mecanismo para o aparente efeito maléfico do consumo da vitamina ainda não está claro, e as conclusões são controversas. O intrigante é que o estudo faz parte de uma série de pesquisas publicadas recentemente com conclusões negativas sobre o consumo de vitaminas.
Talvez ainda mais preocupantes foram os resultados de um segundo estudo publicados poucos dias antes na revista Archives of Internal Medicine. O estudo analisou a saúde e os hábitos de quase 40 mil mulheres durante mais de duas décadas. O pesquisador Jaakko Murso, da Universidade da Finlândia, mostrou que mulheres mais velhas que tomavam multivitaminas tinham uma expectativa de vida reduzida. Isso podia ser observado apesar de que as mulheres que tomavam suplementos eram, em média, mais magras e tinham uma pressão arterial mais baixa do que as mulheres que não tomavam suplementos.
Estes resultados não significam que as pessoas devem descartar imediatamente todas as substâncias que contêm vitaminas, nutrientes essenciais. Além disso, determinar causa e efeito em estudos como estes é um processo notoriamente complicado. Não é a toa que os próprios pesquisadores parecem desconcertados com seus resultados.
Mas as descobertas devem convencer os devoradores mais vorazes de vitaminas a reduzirem esse consumo, pelo menos até que surjam estudos mais conclusivos. O Centro para a Nutrição Responsável, um grupo norte-americano que representa a indústria de vitaminas, prontamente condenou as pesquisas como “uma caça às bruxas”. Essa reação era previsível, afinal, mais de 150 milhões de norte-americanos consomem vitaminas anualmente, gastando cerca de US $ 27 bilhões.

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