domingo, 2 de fevereiro de 2020

Invasão de gafanhotos na África é situação sem precedentes, diz ONU


Países do leste da África vivem o pior surto de gafanhotos dos últimos 70 anos e agricultores do Quênia, Somália e Etiópia têm suas plantações ameaçadas pelos ataques de enxames de gafanhotos.

A Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO) da ONU alertou nesta quarta-feira (29) para uma ameaça “sem precedentes”.

O Sudão do Sul e Uganda estão em risco e também há preocupação com a formação de novos enxames na Eritreia, Arábia Saudita, Sudão e Iêmen.

Na semana passada, um porta-voz da FAO disse à agência Associated Press que a organização começaria a agir imediatamente para combater a praga. Os insetos se alimentam das plantações de pequenos produtores em uma região vulnerável pela fome.


“Milho, feijão, eles comeram tudo”, lamentou o fazendeiro Ndunda Makanga à AP. Ele disse que até mesmo as criações de animais chegam a se estressar com o grande número de insetos invasores.

No ano passado, uma nuvem de insetos invadiu o Iêmen e esses eventos podem se tornar uma ocorrência mais frequente. Especialistas ouvidos pela BBC temem que a mudança climática faça os insetos agirem de maneira mais destrutiva e imprevisível.

Os produtores locais temem que o número de gafanhotos aumente e a tendência é que eles se reproduzam durante a temporada de chuvas, que começa em março.

De acordo com a FAO, mesmo um pequeno enxame de insetos pode consumir comida suficiente para 35 mil pessoas em um único dia.

A Organização das Nações Unidas (ONU) estimou em US$ 70 milhões (cerca de R$294 milhões) os custos para a pulverização aérea com pesticidas. A organização ressaltou que há áreas da região em que estas ações seriam mais difíceis por conta de milícias armadas e grupos terroristas

No ano passado, uma nuvem de insetos invadiu o Iêmen e esses eventos podem se tornar uma ocorrência mais frequente. Especialistas ouvidos pela BBC temem que a mudança climática faça os insetos agirem de maneira mais destrutiva e imprevisível.

“Condições mais secas no futuro, nos limites norte e sul da área de distribuição de gafanhotos, podem produzir habitats mais favoráveis ​​para esta espécie e podem ter impactos negativos importantes”, disse o entomologista Michel Lecoq à rede britânica.

Sobre o caso atual, o climatologista queniano, Abubakr Salih Babiker, disse à AP que, nos últimos meses, as condições climáticas foram ideais para a reprodução destes animais. Migrando com o vento, os gafanhotos podem cobrir até 150 quilômetros em um único dia.

Os produtores locais temem que o número de gafanhotos aumente e a tendência é que eles se reproduzam durante a temporada de chuvas, que começa em março.

Segundo a FAO, mesmo um pequeno enxame de insetos pode consumir comida suficiente para 35 mil pessoas em um único dia. Uma área de 70 mil hectares no Quênia já está infestada.

Estadão Conteúdo

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