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segunda-feira, 25 de abril de 2016

Comissão do Impeachment no Senado será eleita hoje

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Nesta segunda-feira,25, o Senado vai eleger os parlamentares que irão formar a comissão especial que analisará o processo de afastamento da presidente Dilma Roussef.

O cenário para o governo não está nada favorável, apenas cinco votos dos 21 integrantes são contra o impeachment de Dilma. Uma desvantagem notória, mas governo e o Partido dos Trabalhadores dizem acreditar numa virada que evitará a admissibilidade do processo, que afastaria a presidente por 180 dias. Com isso, já trabalham para que, no cenário de derrota, além de questionamentos ao Supremo Tribunal Federal, como já admitiu o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, seja formado uma espécie de “tribunal internacional” com juristas estrangeiros para acompanhar o julgamento final no Congresso, uma estratégia sem valor jurídico para tentar influenciar a opinião pública.

A comissão terá como relator e presidente, respectivamente, Antônio Anastasia (PSDB-MG) e Raimundo Lira(PMDB-PB), a confirmação dos nomes será feita nesta segunda para as funções durante a instalação da comissão.

A indicação de Anastasia foi bastante criticada pelos petistas, com o argumento de que ele já teria o ‘’voto pronto’’. Antonio Anastasia tem forte ligação com o atual presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, em Minas Gerais.

Presidente e Relator

Futuro presidente da comissão, Lira é descrito por parlamentares dos dois lados como fiel ao líder do PMDB, Eunício Oliveira (PMDB-CE). Ele é suplente de Vital do Rêgo e assumiu após o titular ter sido indicado para o Tribunal de Contas da União (TCU). É parente por afinidade do ex-senador cassado Luiz Estevão de Oliveira. Já passou por PDS, PRN — apoiou a eleição de Fernando Collor em 1989 — e agora está no PMDB. Foi constituinte em 1988. Tinha anunciado voto contra Dilma na comissão, mas pediu para ser tratado como “indeciso” e, assim, ter a isenção necessária para a função.

Anastasia foi homem forte de todos os governos de Aécio. Aos 26 anos, assessorou o relator da Constituinte mineira Bonifácio Mourão. Aos 29, já professor na UFMG, foi secretário-adjunto de Planejamento do governo Hélio Garcia. Sua atuação em Minas o levou para Brasília, onde foi secretário-executivo dos ministérios do Trabalho e da Justiça na gestão Fernando Henrique. Só então teve o primeiro contato com o então deputado Aécio Neves. A partir desse encontro, não se separaram: ele foi secretário de Planejamento, vice de Aécio e seu sucessor.

O tucano chegou ao Senado em fevereiro de 2015. Um mês depois passou a ser investigado na Operação Lava-Jato, com base num depoimento do policial Jayme de Oliveira Filho, o Careca. O policial disse ter entregado dinheiro numa casa em Belo Horizonte, a pedido do doleiro Alberto Youssef, a uma pessoa que se parecia com Anastasia. Em agosto de 2015, o procurador-geral Rodrigo Janot pediu o arquivamento. Janot reiterou que não há elementos para vincular o caso ao senador, e o ministro Teori Zavascki arquivou o caso em fevereiro.



* Com informações do jornal O Globo

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