Flavio Bolsonaro com seu ex-assessor Fabrício Queiroz simulando uma arma de fogo
Foto: Reprodução
O Coaf diz que não foi possível identificar quem fez os depósitos, mas afirma que o fato de terem sido feitos de forma fracionada pode significar a intenção de impedir a identificação da origem dos recursos. O novo relatório foi pedido pelo Ministério Público do Rio no dia 14 de dezembro e foi atendido no dia 17, um dia antes de Flávio Bolsonaro ser diplomado como senador. Procurado pela TV Globo, Flávio Bolsonaro não respondeu.
Por conta deste relatório, segundo a TV Globo, Flávio Bolsonaro pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a anulação das provas da investigação. Nesta quinta-feira, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu, a pedido de Flávio Bolsonaro, a investigação do Ministério Público do Rio sobre as movimentações funanceiras do ex-assessor Fabrício Queiroz. Flávio argumentou que estava sendo investigado pelos promotores do Rio e que, por ter foro privilegiado, deveria deveria ser processado no STF pelo fato de que assumirá o mandato no Senado em poucos dias.
O primeiro relatório do Coaf apontou movimentações atípicas na conta de Queiroz, que atuava como motorista e segurança de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, ele movimentou R$ 1,2 milhão. O ex-assessor recebeu depósitos de oito assessores e ex-assessores do gabinete em sua conta. Queiroz é amigo de Jair Bolsonaro desde 1984 e acompanhava a família do presidente em festas, churrascos e pescarias.
Além disso, Queiroz empregou duas filhas, a atual mulher e a enteada no gabinete de Flávio Bolsonaro. Segundo o Coaf, “foi identificada a realização de operações fracionadas em espécie”, que poderiam servir para ocultar a origem e o destino dos recursos.
Queiroz faltou a dois depoimentos no MP do Rio, alegando problemas de saúde. No fim de dezembro, o policial militar da reserva se internou no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, para tratar um câncer no cólon. Sua mulher e suas filhas também não compareceram aos depoimentos com os promotores, sob a justificativa de que tinham se mudado provisoriamente para São Paulo para acompanhar o tratamento. Flávio Bolsonaro também não prestou depoimento ao Grupo de Atribuição Originária Criminal (Gaocrim) da Procuradoria-Geral de Justiça, que havia sugerido a data de 10 de janeiro. Como parlamentar, ele tem a prerrogativa de definir a data e o local onde seria ouvido pelos promotores.
Apesar das ausências, o procurador-geral de Justiça do Rio, Eduardo Gussem, afirmou que o órgão pode denunciar os envolvidos mesmo sem ouvi-los , tendo como base provas documentais classificadas por ele como "consistentes".
Fonte: O Globo
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