sábado, 21 de maio de 2016

Moradores de Aracatiaçu bloqueiam CE 176 contra ação da PRE



A manifestação teve início no final da tarde desta sexta-feira, 20, quando homens, jovens e mulheres invadiram os dois lados de um trecho da CE-376, dentro do distrito de Aracatiaçu, em Sobral, portando cartazes e lançando fogos de artifício para chamar a atenção. Em poucos minutos o bloqueio humano deu lugar a um amontoado de galhos e troncos de árvores que foram incendiados, fechando por completo a passagem de veículos.

A CE-176, uma via de acesso à BR-222, para quem segue para a sede de Sobral, ou trafega para outros municípios como Santa Quitéria e Reriutaba, no sentido contrário, ficou intransponível. Um caminhão tentou furar o bloqueio e por pouco não causou um acidente, no local, que em pouco tempo ficou encoberto pela fumaça negra do fogo, que se espelhou rapidamente.

Reclamação

O motivo da manifestação, dizem os moradores, é em protesto à forma de trabalho das equipes de patrulhamento da Polícia Rodoviária Estadual, que estariam usando de violência durante as abordagens. Alguns reclamam que tiveram a motocicleta multada, quando o veículo estava estacionado numa rua dentro do distrito, sem conhecimento do proprietário, pois o mesmo nem no local estava para receber a multa.

O representante de vendas Francisco Antônio Barbosa, que circula em diversos municípios da região, diz que se surpreendeu quando testemunhas informaram sobre a multa recebida por ele, com o veículo estacionado. “Com 15 dias, a multa chegou indicando condutor sem habilitação e passageiro sem capacete, tendo como referência um ponto aproximado ao município de Canindé. Tive que desembolsar R$ 312, para pagar as duas multas”, afirmou.

O vendedor Carlos Eduardo Dias quer respostas quanto às multas com referência para outras cidades, como Miraíma e Santa Quitéria, onde fica o posto da PRE, segundo ele. “Essa reivindicação é uma forma de pressão, pois não aguentamos mais tantos abusos de autoridade fora do local de atuação deles, que é a Rodovia; houve casos em que chegaram a conduzir, eles mesmos, sem capacete, o veículo apreendido, até o posto”.

Francisco Nelson Ferreira, comerciante do ramo automotivo, diz que teve queda de 70% nas vendas de peças de motocicleta, pela falta de clientes que deixaram de circular. “Reconheço os casos em que a multa deve ser aplicada, como manda a Lei, mas a simplicidade de quem vive da agricultura e tem necessidade de rodar para negociar seus produtos, é grande, em qualquer localidade do interior. Muitos adquirem o bem para trabalhar, mas não têm condições de obter a habilitação”, disse.

Negociação

Um grupamento da PRE esteve presente no local para impedir que a manifestação fugisse mais ainda do controle. A equipe, reforçada para atender a ocorrência, aguardou por vários minutos, parada a uma certa distância, até que se formasse um grupo de representantes dos populares para se iniciarem negociações. O sub-tenente Nunes, que esteve à frente da ação, negou o motivo das reclamações e revelou a série de irregularidades encontradas ao longo do trabalho feito pelas equipes, como falta de capacete, de CNH e outros itens sujeitos à multa ou apreensão do veículo.

Por volta das 18h30 foi conseguida uma negociação entre as partes, sendo liberada a via. Uma reunião foi marcada com o Comando da PRE e representantes dos moradores, para a próxima segunda-feira, 23, na busca por uma solução definitiva ao impasse.


Com informações do DN
Fotos: Blog Taperuaba Notícias

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