Ao final das investigações, segundo o MPCE, os motoristas que compraram habilitação vão perder o documento e os servidores e donos de autoescolas vão responder por corrupção ativa e passiva e por formação de quadrilha.
De acordo com o procurador-geral de Justiça, Plácido Rios, o esquema funcionava da forma "pagou e passou". O interessado pagava até R$ 3 mil e não se precisaria realizar nenhum teste, psicotécnico ou exame de rua.
“Era o pagou e passou. A pessoa pagava até R$ 3 mil e teria todo o esquema montado com essas autoescolas para pegar a carteira de habilitação. Tudo sem submeter a um teste. Nenhum exame psicotécnico e exame de rua. A pessoa conseguia a autorização para dirigir”.
Ainda segundo o Ministério Público, a suspeita de fraude surgiu durante blitz de rotina da polícia rodoviária federal.
“O Ministério Público do Ceará recebeu informações no setor de inteligência da PRF-CE denunciando que muitas pessoas que eram paradas em blitze aparentemente não tinham condições de ter aquela habilitação. Pessoas analfabetas e muito idosas. Então começamos uma investigação e nos levaram a servidores do Detran receberiam dinheiro praticando crime de corrupção passiva de particulares e de autoescolas para fornecer esses documentos”.
Prisões e investigações
Cinco pessoas foram presas durante a operação: três servidores do Detran, um instrutor e um dono de autoescola. Eles foram levados para o Fórum de Sobral onde prestaram depoimento até as 8 e meia da noite. De lá, seguiram para cadeia pública da cidade e cumprem prisão temporária de cinco dias. O Detran já abriu processo administrativo para apurar o caso e bloqueou novas matrículas nas autoescolas investigadas. Os três servidores públicos estão afastados durante as investigações, podendo ser demitidos no final do processo.
Nesta sexta-feira (20) pela manhã os trabalhos nas autoescolas '‘Maravilha’' e '‘Desafio’'seguiam normalmente. Funcionários informaram que as aulas seguem normalmente. Na quinta-feira (19) as duas autoescolas foram vistoriadas por agentes da Polícia Rodoviária Federal e Ministério Público.
Elas são investigadas na operação que desarticulou um esquema ilegal para facilitar a emissão de carteiras de motoristas no município de Sobral. Os policiais também estiveram no prédio do Detran. Foram apreendidos documentos, equipamentos e dinheiro. As investigações apontam que a quadrilha cobrava de R$ 500 a R$ 3 mil reais por carteira expedida.
Fonte: G1
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