O movimento reuniu grupos com propósitos e ideologias distintas - alguns defendem o impeachment da presidente, enquanto outros se mostram contrários a isso - e cidadãos sem qualquer ligação com movimentos políticos. Apesar das diferenças, os protestos ocorreram em paz, sem episódios de vandalismo ou violência generalizada - apenas registros pontuais de confusão ou prisões.
Ainda durante a tarde, o Ministério da Justiça se pronunciou sobre as manifestações. A pasta publicou em suas principais redes sociais o banner “Discurso de ódio não gera mudanças”. A mensagem está no perfil oficial do Ministério da Justiça no Facebook e no Twitter e tem a hashtag “MenosÓdioMaisDemocracia”. “O discurso do ódio é usado para insultar, perseguir e justificar a privação dos direitos humanos. Já liberdade de expressão, é o direito de todos se manifestarem, mas não deve afrontar o direito alheio, como a honra e a dignidade de uma pessoa ou determinado grupo”, diz o ministério, por meio do Facebook. Em ambas as redes sociais, os internautas responderam com críticas.
São Paulo
Cerca de 40 caminhoneiros também subiram a Avenida Rebouças e, na chegada à Paulista, promoveram um buzinaço contra o governo federal. Nas últimas semanas, a administração Dilma precisou enfrentar greves e bloqueios de rodovias promovidos pelos caminhoneiros.
O impeachment dividiu os manifestantes na Paulista. Com dois carros de som, o Solidariedade defendia a medida. O grupo Patriota, que levou 3 carros de som, defendia o Fora Dilma e a Intervenção Militar. A maioria dos grupos, como Vem Pra Rua e Quero me Defender, advogam que ainda não há fundamento jurídico.
O senador Aloysio Nunes (PSDB) esteve na Avenida Paulista acompanhado da esposa, em meio aos manifestantes. Ele estava próximo ao carro de som do grupo "Vem pra rua" e minimizou a relevância da presença de grupos que pedem a intervenção militar, como apenas "gatos pingados que não têm relevância diante da manifestação". Ele também informou que a militância do PSDB está se reunindo em frente ao Colégio Dante Alighieri.
Candidato à presidência em 2014 pelo PV, o ex-deputado Eduardo Jorge também esteve no protesto na avenida Paulista. Sobre o impeachment ele disse: "Não podemos fazer as coisas com atropelo".
Por volta das 16h, a Polícia Militar deteve um grupo que portava facas, socos-ingleses e bombas caseiras. Ostentando camisetas com a identificação dos "Carecas do Subúrbio", os membros dessa denominação foram hostilizados e correram risco de linchamento. Os demais manifestantes gritaram palavras de apoio à PM.
Rio de Janeiro
Foi encerrada antes da hora a passeata contra a presidente Dilma Rousseff na Praia de Copacabana, na zona sul do Rio, neste domingo (15). Os organizadores haviam informado que iriam até o hotel Copacabana Palace, na esquina da Rua Rodolfo Dantas, mas terminaram de caminhar sete quarteirões antes, na altura da Rua Santa Clara.
O publicitário Hermes Gomes, de 33 anos, da União contra a Corrupção no Brasil, disse que a decisão foi por conta do sol forte e do horário da segunda manifestação do dia, na Candelária, no centro do Rio, às 14h.
"Ficou muito tarde, está quente demais, o pessoal precisa de tempo para descansar e se alimentar. A gente se surpreendeu, por ser a primeira manifestação, achamos que vinha a metade das pessoas que confirmaram presença no Facebook, ou seja, 25 mil. E a Polícia Militar afirmou terem sido 100 mil", disse Gomes.
Policiais que acompanharam a manifestação endossam o cálculo de 100 mil manifestantes feito pelos organizadores.
Os cartazes pediam desde intervenção militar à saída do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), taxado de "corrupto" em palavras de ordem. Os líderes do movimento do alto do carro de som gritaram que não querem "terceiro turno, somente a saída de Dilma".
Os manifestantes, em sua maioria, ao serem entrevistados pela reportagem, declaram ter votado em Aécio Neves (PSDB). A professora Fernanda Melo, de 34 anos, grávida de nove meses e com cesariana marcada para a semana que vem, foi uma das participantes. "Eu vim porque era uma oportunidade única para se livrar dos bandidos do Brasil. Quero a Dilma fora e não me importa quem vá governar", declarou Fernanda.
A fisioterapeuta Paula Rocha, de 39 anos, se disse "100% a favor da intervenção militar". "Quero a Dilma deposta a qualquer custo, qualquer meio", afirmou.
Distrito Federal
A manifestação em Brasília também fez críticas ao tarifaço de energia elétrica promovido pelo governo no começo deste ano. Em um dos carros de som do protesto, em meio a bandeiras da Força Sindical, havia uma faixa com as frases: “Dilma, não cobre pela luz do sol”. No mesmo carro de som, os manifestantes gritavam palavras de ordem contra o chamado “realismo tarifário”. Desde o início do ano, a conta de luz da maioria dos brasileiros subiu mais de 20%, em média.
Integrantes do movimento estimam que 100 mil pessoas participaram da manifestação. Havia um cordão de isolamento que impedia que as pessoas invadissem as cúpulas do Senado e da Câmara, como ocorreu durante as manifestações em junho de 2013. Também não era possível chegar ao Palácio do Planalto, onde a presidente despacha durante a semana, e ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde serão julgados os políticos com foro privilegiado envolvidos nos processos da Operação Lava Jato.
Como último ato do protesto contra o governo, os manifestantes que ainda estavam na Esplanada dos Ministérios às 13h30 jogaram três mil rosas brancas no espelho d´água que fica em frente ao Congresso Nacional. Segundo um dos organizadores do movimento, as rosas brancas simbolizam o caráter pacífico das manifestações deste domingo. Alguns dos policiais militares que faziam o cordão de isolamento do Congresso também receberam flores dos manifestantes. Muitos ainda gritavam “Fora Dilma” e “Fora PT”, “Fora PT, leva Dilma com você”. Também cantavam “Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor”. A organização do movimento informou por meio do carro de som que o acordo feito com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal é que a manifestação deveria ser encerrada início da tarde, e que qualquer tipo de ato isolado depois disso não teria respaldo da Polícia Militar. Por isso, os líderes do protesto orientaram as pessoas a voltarem para suas casas e evitarem qualquer tipo de confronto.
No fim da tarde, um pequeno grupo atirou pedras contra policiais no Planalto. As forças de segurança responderam com bombas de efeito moral.
Minas Gerais
Com um carro de som, manifestantes diziam que este domingo era o segundo grito de independência do País. "Não vamos pintar a bandeira do País de vermelho", gritavam. Há pouco, cantaram o Hino Nacional. Depois, disseram um coro: "1, 2, 3, 4, 5, mil. Ou para a roubalheira ou paramos o Brasil". Também tocavam as músicas "Vem pra rua", de O Rappa, e "Que país é esse?", da Legião Urbana.
Ainda segundo a PM, 15 mil homens fizeram o policiamento durante a manifestação, com efetivo também na Praça Sete, no Centro. Além disso, helicópteros sobrevoavam a Praça da Liberdade.
Embora o ato não tenha cunho político, houve autoridades mineiras presentes. O deputado estadual João Leite (PSDB) veio com a família, mas disse que apareceu por vontade própria. "Estou aqui para me juntar na indignação do povo com o governo em não cumprir as promessas de campanha", declarou.
No começo da tarde, os manifestantes começaram a se dispersar. Alguns grupos se dirigiram à Praça da Savassi, região centro-sul, e outros para a Praça Sete de Setembro, no centro da cidade. A PM não registrou nenhuma ocorrência.
Rio Grande do Sul
O público é estimado em 100 mil pessoas pela Brigada Militar e de 60 mil pelos organizadores, do Movimento Brasil Livre. Entre os participantes há pessoas de todas as idades, desde crianças a idosos. Quase todos vestem verde e amarelo, e muitos carregam bandeiras do Rio Grande do Sul e do Brasil.
Na linha de frente do grupo, manifestantes carregam uma grande faixa dizendo "fora Dilma". A todo instante entoam gritos como "esse País não é do PT, é de todos os brasileiros", "um, dois, três, Lula no xadrez" e "esta manifestação não é de nenhum partido, é de todos os brasileiros".
No carro de som que acompanha o cortejo, os organizadores, afirmaram que o ato não apoia uma intervenção militar. No meio dos manifestantes, no entanto, é possível encontrar uma minoria com cartazes que diziam "S.O.S forças armadas" e "intervenção militar já".
No trajeto entre um parque e outro, os manifestantes recebem apoio de inúmeros moradores que acompanham a passeata das janelas de prédios. Num trecho, os participantes pararam para vaiar dois moradores que tinham uma bandeira vermelha pendurada na janela.
Em todo o percurso o grupo é seguido de perto por um grande contingente da Brigada Militar, mas por enquanto toda a manifestação é pacífica.
Também há marchas em andamento no interior do RS, em cidades como Caxias do Sul e Santa Maria.
Paraná
Goiás
Bahia
Apesar de a Polícia Militar não ter elaborado um esquema de segurança específico para o evento, grupos de três e cinco policiais são vistos circulando entre os manifestantes. De acordo com um deles, há cerca de 80 policiais na região. O movimento, porém, é pacífico e reúne muitos idosos e crianças. O advogado Carlos Augusto Costa, de 62 anos, por exemplo, levou para a manifestação a mulher, os três filhos – dois deles com as mulheres – e os dois netos, um menino de 8 e uma menina de 5 anos. “Minha mãe (de 84 anos) só não veio porque está com dificuldade para andar”, diz. “É importante envolver a família nesse tipo de manifestação, incentivar a cidadania, sobretudo para as crianças e os jovens. É bom saber desde cedo que é preciso cobrar os direitos.”
Como Costa, que foi para o protesto com uma camisa da seleção brasileira de futebol, a maioria dos participantes veste roupas com as cores da bandeira nacional. Muitos levaram apitos e bandeiras para o evento. As palavras de ordem mais repetidas são “fora PT” e “fora Dilma” e uma fanfarra anima os manifestantes. O protesto da manhã foi convocado pelo Movimento Brasil Livre. À tarde, está previsto um novo ato, para o mesmo local, desta vez comandado pelo movimento Vem pra Rua.
Pernambuco
Ceará
Ao som do Hino Nacional, os manifestantes começam a se dispersar por volta de 13 horas. O Ato convocado para protestar contra o Governo neste domingo, 15, reuniu gente de todas as idades.
Por volta das 8 horas, centenas de pessoas se reuniram na Praça Portugal. O trânsito de veículos no local foi bloqueado pela Autarquia Municipal de Trânsito (AMC).
A partir das 11h30min, o grupo seguiu pela Avenida Desembargador Moreira em direção à Beira-Mar.
O Raio seguiu na frente da multidão bloqueando o trânsito.
Na avenida Abolição a circulação de veículos ficou complicada. Motoristas que encontraram a avenida bloqueada buzinavam e faziam retornos proibidos.
Um carro de som dos organizadores convidava os moradores dos prédios residenciais do percurso a descerem e acompanharem a manifestação.
Sob coros de "Fora PT", "Lula Ladrão" e cantando o Hino Nacional, os manifestantes, vestidos em grande maioria de verde e amarelo e camisas da seleção brasileira, carregavam cartazes com dizeres:"Fora Dilma", "Luladrão", "Petrolão é golpe, impeachment é constituição". Um avião acompanhou o trajeto da multidão fazendo acrobacias no ar.
Houve relatos de que um jovem de 19 anos foi detido com um canivete. Entretanto, a PM classificou a manifestação como tranquila. "Estavam até aplaudindo a PM", disse um dos policiais. Idosos e bebês estavam entre os presentes. Cerveja, refrigerante e água eram vendidos por ambulantes durante o trajeto.
Segundo a inteligência da Polícia Militar, 20 mil pessoas acompanharam a manifestação, número corroborado pela organização do evento. O organizador Paulo Angelim disse que ainda não há previsão de novos atos. "Nós vamos sentar e analisar. É melhor quando tudo é feito com essa perspectiva nacional", afirma.
Maranhão
Alagoas
Pará
Amazonas
Gritos de 'fora PT' e 'vem pra rua' foram os mais entoados. Em um dos carros de som, o empresário Jonhyelson Pimentel, 42, se pronunciava pelo grupo Movimento Brasil Melhor, que pedia a intervenção militar. "Todas as opções democráticas possíveis estão se esgotando e não podemos perecer num governo que vai implantar um ditadura comunista no país", defendeu. De baixo de chuva, os manifestantes deixaram a avenida Eduardo Ribeiro e se dirigiram a avenida Djalma Batista, uma das principais da cidade, por volta de 10h30. O ato será encerrado em um trecho na metade da via que liga ao centro da cidade.
Sergipe
Nenhum comentário:
Postar um comentário