terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Eduardo Cunha denuncia esquema de difamação e pede investigação da Polícia Federal


Candidato à presidência da Câmara, o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) afirmou nesta terça-feira (20) que recebeu a informação de que integrantes da cúpula da Polícia Federal teriam forjado uma suposta gravação de um diálogo com o objetivo de incriminá-lo e constranger sua candidatura.

A gravação, classificada por ele de uma nova "alopragem", teria sido entregue a ele no sábado (17) por um suposto policial federal que estaria indignado com a fraude. O congressista pediu ao Ministério da Justiça a abertura de inquérito para apurar o caso.

O áudio divulgado pelo peemedebista, de cerca de três minutos, traz um diálogo de dois homens em que o nome do deputado é citado.








No diálogo, uma pessoa que supostamente seria um agente da Polícia Federal ameaça contar tudo o que sabe caso Cunha o abandone. O interlocutor, que seria uma pessoa ligada ao peemedebista, tenta tranquilizar o agente. O deputado disse que não reconheceu nenhuma das vozes.

Cunha disse que a ideia do diálogo seria mostrar que um dos homens seria o policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, o Careca, investigado na Operação Lava Jato –que apura um esquema de corrupção na Petrobras– pela participação no esquema de desvio de recursos da Petrobras.

Inicialmente Careca citou em depoimento que teria entregue dinheiro em um condomínio que seria de Eduardo Cunha, seguindo ordens do doleiro Alberto Yousseff, um dos presos da operação Lava Jato.

O deputado informou que não tem ligação com o endereço e negou participação no esquema de corrupção da Petrobras. O advogado do doleiro também entregou à Justiça uma declaração de Youssef afirmando que não teve negócios com o peemedebista.

Em nota, o Ministério da Justiça disse que recebeu na manhã desta terça o material de Cunha e que o ministro interino, Marivaldo Pereira, encaminhou imediatamente o áudio "para apuração e providências cabíveis da Polícia Federal".

No diálogo divulgado por Cunha, a pessoa que seria supostamente o policial Jayme "Careca" reclama de ser abandonado por Cunha e de não ter sido remunerado.

"O Cunha está lá tentando ganhar a Presidência, subindo, subindo, e os amigos dele sendo esquecidos. Não posso ser esquecido", afirma. "Se eu ficar abandonando vou jogar merda no ventilador. Está todo mundo enchendo a burra de dinheiro e eu estou abandonado, duro, sem grana."

A outra pessoa, que fala como um aliado do congressista, pede calma, aponta que tudo será resolvido e solicita que não façam referência a nenhum nome.

"Tenha paciência. Você sabe que a amizade nós temos. Não se preocupe, tenha calma. Tenha tranquilidade que você pode ser remunerado", disse.

Há algumas incongruências no diálogo. Uma delas é que primeiro os dois homens falam que vão se encontrar pessoalmente para discutir o caso no lugar de sempre, mas depois se perguntam qual será o local.

Um pede para não ser mais procurado por telefone "por uma questão de segurança", mas segundos depois fala que vão acertar por telefonema um encontro pessoal.

Eduardo Cunha disse que o suposto policial federal que lhe entregou o áudio falou os nomes de quem na cúpula da PF teria produzido a fraude. Ele afirmou que passou essa informação ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

"Quem estaria orquestrando ou montando faria parte da cúpula da PF, não quer dizer que seria o diretor", disse Cunha, se referindo ao que teria ouvido do suposto policial que o procurou.

* Com informações da Folha de S. Paulo

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