Com 52 deputados, bancada religiosa virá com força para defender temas de seu interesse na próxima legislatura.
Uma bancada que continuará expressiva em 2015 será a evangélica, com 52 deputados identificados até agora pelo Diap. Apesar de menor que a bancada que saiu das urnas em 2010 (naquele ano, 70 deputados professavam a fé evangélica), o grupo, segundo o assessor parlamentar do Diap Antônio Augusto de Queiroz, deverá crescer. Isso porque, no levantamento, o Diap considerou apenas os que são reconhecidamente evangélicos porque ocupam cargos nas estruturas das instituições religiosas. Dos 52 eleitos neste ano, 14 são novatos e 38 foram reeleitos.
Independentemente de qualquer crescimento, o cientista político André Pereira César, classifica como significativo o fato de aproximadamente 10% dos deputados serem evangélicos. Para Antônio Augusto de Queiroz, por outro lado, mais importante do que o número é o “ímpeto” com que o segmento defende sua pauta. A bancada deve retomar o debate de temas como aborto, união homoafetiva e legalização da maconha.
Um dos expoentes da atual legislatura que continuará em 2015 é o Pastor Marco Feliciano (PSC-SP). Feliciano presidiu a Comissão de Direitos Humanos e Minorias em 2013.
Pauta social e trabalhista
Na contramão dos evangélicos, perdeu força na Câmara a bancada sindical, passando dos atuais 83 parlamentares para 46, sendo 14 novatos, segundo os dados do Diap. Trata-se de uma redução importante na avaliação de André Pereira César, com prejuízos para a pauta trabalhista.
“A queda mostra que a representatividade de sindicatos talvez tenha de ser revista. O grande eleitorado talvez não os veja mais como capazes de solucionar questões, problemas e demandas”, afirmou César.
No entendimento de Antônio Augusto de Queiroz, os sindicalistas não conseguiram se eleger em razão dos altos custos de campanha, cenário que tende a priorizar os empresários na corrida pela Câmara. Até agora o Diap identificou 189 empresários eleitos, número que deve ultrapassar os 250.
Segundo Queiroz, uma das prioridades dessa categoria é justamente a reforma trabalhista, mas com um viés empresarial. “O governo não tem mais o que oferecer em termo de desoneração de folha, por exemplo. Portanto, os empresários vêm com força para o enfrentamento dos direitos sociais.”
Outros grupos
O Diap está trabalhando ainda no levantamento de grupos de parlamentares ligados a outros temas, como a segurança, o agronegócio e o meio ambiente. No que diz respeito à segurança, 20 nomes já foram identificados. Esses deputados, segundo Queiroz, devem trabalhar por um afrouxamento do Estatuto do Desarmamento e pela redução da maioridade penal.
Por outro lado, os embates entre ruralistas e ambientalistas também devem retornar à pauta. “Os ruralistas quase todos retornaram. Agora, os embates dependerão de quem for eleito para a presidência da República. Questões indígenas, novas hidrelétricas, reciclagem e desmatamento devem entrar na pauta”, disse o assessor do Diap.
* Com informações da Agência Câmara
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