sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Surto de ebola na África leva OMS a declarar emergência pública global


GENEBRA - A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a epidemia de ebola na África Ocidental de emergência internacional. O surto, que começou em fevereiro, já matou 961 pessoas - em uma semana o número de vítimas passou de 887 para 932 e dados até 6 de agosto contabilizam 961 mortes. Só entre os dias 5 e 6 deste mês, 29 novas mortes foram registradas, disse a OMS nesta sexta-feira.

O total de casos atingiu a marca de 1.779, com 68 novos registros de infecção, quatro dos quais na Nigéria, o mais recente país afetado. Não houve novos casos na Guiné, onde o surto começou. Entre as novas vítimas fatais, quatro morreram na Guiné, uma na Nigéria, 12 em Serra Leoa e 12 na Libéria.

Esta é a terceira vez que a OMS declara um estado de emergência pública desde 2005, quando um documento da entidade estabeleceu alertas desse tipo. A medida também foi tomada em 2009, devido à gripe aviária na Ásia, e em maio deste ano, por causa da poliomielite em países como Iraque, Afeganistão e Guiné Equatorial.

O comitê de urgência da OMS, que estava reunido desde quarta-feira em Genebra, na Suíça, "considera de forma unânime que se dão as condições para declarar uma emergência de saúde pública de alcance mundial", de acordo com um comunicado divulgado.

Segundo a organização, os países afetados devem tomar todas as medidas possíveis para conter a epidemia, concentrando esforços nas fronteiras e aeroportos. "Uma resposta internacional coordenada é essencial para frear e fazer retroceder a propagação internacional do ebola", acrescentou o comitê.

— A epidemia de ebola é a mais importante e a mais grave em quatro décadas — destacou em entrevista coletiva a diretora geral da OMS, Margaret Chan, que teve orientação de 20 especialistas.

A diretora estimou que os países do oeste da África afetados pela epidemia não podem fazer frente por si mesmos e instou a comunidade internacional a dar o apoio neceessário.

Apesar de o comitê ter excluído impor restrições sobre as viagens ou o comércio internacional, indicou que os Estados Unidos devem se preparar para detectar e tratar os casos dos doentes e facilitar a saída de seus cidadãos, em particular o pessoal da área médica, exposto à doença.

Especialistas temem que a doença saia do Oeste da África e migre para grandes cidades. Nos últimos dias, empresas como a British Airways e a Emirates deixaram de voar para a região mais afetada. Ao contrário de casos registrados no passado, o surto parece não perder força e continua se espalhando.

POUCOS RISCOS DE TRANSMISSÃO NO BRASIL

Até quinta-feira, o Ministério da Saúde informava não haver caso suspeito ou confirmado do ebola no Brasil, além de ser baixo o risco de transmissão para o país. A pasta informou também receber diariamente informações da OMS sobre a situação de circulação de vírus no mundo, entre eles o ebola.

"Como o Ebola é transmitido pelo contato direto com sangue, secreções, órgãos e outros fluidos corporais de pessoas ou animais infectados, a transmissão para outros continentes é considerada como pouco provável. A OMS não recomenda quaisquer medidas que restrinjam o comércio ou o fluxo de pessoas com os países afetados", informou o ministério em nota.

Esta semana, o Ministério da Saúde encaminhou um informe técnico às secretarias de Saúde dos estados, DF e municípios sobre o ebola. Há informações sobre período de incubação, forma de transmissão e definição de casos suspeitos e confirmados. Também são listadas medidas a serem adotadas quando houver casos suspeitos, além de um "perguntas e respostas" sobre a doença.

Fonte: O Globo

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