quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Pimentel se defende e diz que não produziu gabarito e perguntas eram públicas

O relator da CPI da Petrobras, senador José Pimentel (PT/CE), discursou no Plenário, nesta terça-feira (5/8), para esclarecer as denúncias publicadas pela revista Veja, no final de semana. A revista levanta suspeita sobre o funcionamento da CPI no Senado e o papel do relator. O senador afirmou que nunca se reuniu com qualquer depoente e que não orientou o depoimento de nenhum dos investigados.

O senador mencionou o termo “gabarito” pronunciado no vídeo editado por Veja. Ele informou que a assessoria da CPI jamais produziu qualquer questionamento com sua respectiva resposta. “Chegamos a produzir até 130 perguntas por depoente. Mas nunca o fizemos acompanhado por respostas”, ressaltou. Pimentel disse que considera leviana e irresponsável qualquer afirmação ou insinuação nesse sentido.

Pimentel esclareceu que o plano de trabalho da CPI, aprovado por unanimidade, já continha uma relação prévia de perguntas a serem dirigidas aos depoentes. Ele destacou que, na elaboração de novas questões, deu preferência a perguntas formuladas pela oposição em audiências públicas realizadas anteriormente pela Câmara e o Senado. O ex-presidente Sérgio Gabrielli, a presidenta Graça Foster e o diretor de Área Internacional, Nestor Cerveró, já haviam participado de audiências públicas no Congresso.

“Se a oposição, que pediu a CPI, estivesse efetivamente participando das reuniões da comissão, poderia fazer novas perguntas e questionar os depoentes à sua maneira”, disse Pimentel.

O relator da CPI informou ainda que já tomou providências para esclarecer os fatos denunciados pela revista Veja. Pimentel protocolou, na segunda-feira (4/8), dois requerimentos na CPI da Petrobras do Senado. O primeiro documento solicita ao presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB/PB), a instalação de procedimento de apuração para esclarecer os fatos e, se necessário, atribuir responsabilidades.

No segundo requerimento, o senador pede que o presidente da comissão solicite à revista Veja cópia da íntegra do vídeo que deu origem à matéria, sob o compromisso de preservação do sigilo.

Apartes - Durante o pronunciamento de mais de uma hora, Pimentel foi aparteado diversas vezes por parlamentares. O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT/PE), argumentou que, se houvesse qualquer favorecimento na comissão exclusiva do Senado, haveria diferenças entre as conclusões das investigações da CPI do Senado e da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito. “Me digam: em que essa CPMI, que já ouviu diversos depoentes também já inquiridos pela CPI, avançou mais do que a Comissão do Senado? Em que os parlamentares da oposição – que se julgam tão brilhantes e definidores no papel de inquiridores – fizeram andar mais a investigação na Comissão Mista em relação à Comissão do Senado?- Eu respondo: em nada”, considerou.

O líder enfatizou que as duas estão “rigorosamente no mesmo ponto” o que, segundo ele, comprova que a CPI do Senado não operou qualquer tipo de beneficiamento a quem quer que seja.

Para a senadora Gleisi Hoffmann (PT/PR), “a mesma veemência com que a oposição se dedica a questionar os trabalhos de parlamentares e assessores que tentam esclarecer as denúncias sobre supostas irregularidades na Petrobras deveria ser utilizada para garantir investigações de denúncias que envolvem governos tucanos e que não chegam a ser esclarecidas”.

Segundo Gleisi, a matéria publicada nesta semana pela revista Veja apenas serve como “cortina de fumaça” para encobrir fatos muito mais graves, como as denúncias de desvios e ilegalidades nas obras do metrô de São Paulo e, mais recentemente, a utilização de verbas públicas para a construção e restauração de um aeroporto na cidade de Cláudio, em Minas Gerais.

* Com informações da assessoria do senador José Pimentel.

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